
O desempenho recente dos fundos imobiliários sinaliza uma recuperação consistente após um início de ano marcado por forte aversão ao risco. O IFIX, principal índice de referência da classe, encerrou abril com alta acumulada de 9,5% no ano e encontra-se a menos de meio ponto percentual de sua máxima histórica. Esse avanço reflete não apenas o reposicionamento de mercado, mas também mudanças relevantes no cenário macroeconômico e na percepção de risco dos investidores.
A Selic foi elevada para 14,75% ao ano no segundo trimestre, o que pode influenciar os preços das cotas dos fundos. O patamar elevado dos juros aumentou a atratividade da renda fixa tradicional no curto prazo e reduziu o apetite por ativos de risco como os fundos imobiliários.
Apesar do ambiente mais cauteloso, alguns fatores seguem dando suporte ao setor. A manutenção das isenções tributárias sobre os rendimentos distribuídos pelos FIIs continua sendo um estímulo importante, evitando um fluxo ainda maior de saída de capital. Além disso, a comunicação mais recente do BC indica que o ciclo de aperto monetário pode estar próximo do fim, dada a interrupção no processo de desancoragem das expectativas de inflação, enfraquecimento do dólar, e quedas dos preços internacionais das commodities, o que traria novo fôlego aos fundos.
A Rio Bravo Investimentos mantém uma abordagem estratégica com uma carteira diversificada de fundos imobiliários. Entre os destaques estão os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos como lajes corporativas, centros logísticos e empreendimentos de varejo, e os fundos de papel, que aplicam em títulos como CRIs atrelados ao CDI ou ao IPCA.
Fundos de tijolo tendem a se beneficiar em momentos de retomada econômica, com valorização dos ativos reais e aumento na ocupação. Já os fundos de papel são mais resilientes em contextos de juros elevados, pois seus rendimentos acompanham os indicadores econômicos. A combinação desses dois perfis permite ao investidor compor uma carteira equilibrada entre risco e retorno.
Mesmo após a valorização acumulada no início do ano, muitos fundos seguem negociados abaixo de seu valor patrimonial, o que pode representar uma oportunidade para alocação estratégica com foco no médio e longo prazo. No entanto, é fundamental analisar a qualidade da gestão, a liquidez das cotas e os fundamentos dos ativos.
Diante da perspectiva de estabilização da política monetária e da manutenção de estímulos fiscais ao setor, os fundos imobiliários continuam sendo uma alternativa relevante dentro das estratégias de diversificação de portfólio, especialmente para quem busca equilíbrio em um cenário de incerteza.
Data de referência: 12 de maio de 2025