Hoje vamos falar sobre Capacitismo – o que é e como evitá-lo. Não se espante se você nunca ouviu falar dessa palavra, infelizmente ela ainda é pouco conhecida e a maioria das pessoas nem sabe que existe um termo para tratar a discriminação de pessoas com deficiência.
De forma resumida, podemos definir o capacitismo como uma atitude preconceituosa e discriminatória que vê a pessoa com deficiência inapta para o trabalho e incapaz de cuidar da própria vida.
Quando o preconceito se torna explícito e consciente, com a intenção de excluir, afastar e ofender as pessoas com deficiência (já que são considerados “inferiores ou incapazes”, ocorre a discriminação. Conforme a Lei Brasileira de Inclusão, deixa de ser uma simples ofensa e se torna um crime, previsto na legislação e com suas penalidades.
O crime de capacitismo equipara-se ao de racismo e prevê pena de um a três anos de reclusão e multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentado dependendo das condições em que o crime foi praticado.
Somente com a mudança do pensamento da sociedade e com o conhecimento sobre o que é a deficiência será possível acabar com o preconceito e com atitudes capacitistas.
O capacitismo acontece muitas vezes de maneira silenciosa na nossa sociedade através de termos pejorativos, rótulos e frases que continuam sendo utilizados.
Seguem exemplos de algumas frases capacitistas para riscar de vez do seu vocabulário:
- Nossa, você é retardado?
 - Finge demência!
 - Que linda! Nem parece que tem deficiência.
 - Inspiração! Deve ser tão difícil ter essa deficiência e eu aqui reclamando da minha vida. Você é um guerreiro!
 - Ai, coitadinho, tem deficiência! Que dó!
 - Parece cego em tiroteio.
 - Dar uma de João sem braço.
 - Que mancada!
 - Deus só dá o fardo prá quem aguenta carregar.
 - Quando penso que está difícil para mim, lembro de você.
 - Queria ter a força e a coragem que você tem. Você me inspira.
 - Ai coitada, é tão linda!
 - Você Trabalha? Nossa, parabéns!
 - Mesmo sendo surdo, você é tão inteligente.
 - Pelo menos o seu irmão nasceu normal, né?
 - Ninguém acredita que você é surdo. Parabéns!
 
- Apesar de andar de cadeira de rodas, você é muito bonita!
 - Nossa, você não tem cara de autista!
 - Que superação! Você fala, mesmo sendo surda?
 - O pior cego é aquele que não quer ver.
 - Quando penso em reclamar, me lembro de você.
 - A desculpa do aleijado é a muleta.
 - Nossa equipe não tem pernas/braços para isso.
 - Você tem um filho especial, porque você é especial!
 - Você com essa deficiência, faz mais que muitos que não são deficientes.
 - Achei que você era normal!
 - Tem gente em situação pior que você.
 - Que legal ver pessoas como “você” aqui.
 - Nossa, e eu aqui reclamando da vida!
 - Temos que lembrar de agradecer sempre, né?
 - Essa pessoa é um exemplo de superação.
 - Eu tenho dois braços e duas pernas e não consigo fazer o mesmo!
 
Esse tipo de frase coloca a pessoa com deficiência como alguém digna de pena. Além disso, também reforça a ideia de que a PCD é inferior.
Lembre-se: a diferença está no detalhe, empatia é fundamental e sempre é tempo de mudarmos nossa forma de pensar e agir.
Aguarde, na próxima sexta-feira, mais dicas para você.
                
