
O mercado de crédito privado se manteve estável no mês de abril. Nesse sentido, as debêntures atreladas ao CDI, medidas pelo índice de ANBIMA IDA-DI, tiveram uma variação de 1,08% a.m. vs. variação de 0,99% a.m. do CDI em abril. No acumulado do ano, o IDA-DI apresentam retorno de 5,42% a.a. vs. 4,07% a.a. do CDI.
O desempenho dos ativos pode ser explicado pelos seguintes fatores: (i) estabilidade dos spreads de crédito; (ii) captações líquidas positivas; e (iii) volume de emissões no mercado crescendo continuamente. Esses três fatores podem ser destrinchados da seguinte forma:
Comportamento dos spreads: ao olharmos os spreads das debêntures corporativas indexadas ao CDI segmentando pela qualidade de crédito, observamos que o patamar do mês passado se manteve estável.
SPREADS CDI+

Manutenção de captação líquida positiva: o fluxo de recursos em mais de 40 fundos de crédito privado com resgate até D+45 foi positivo, mas em um ritmo menor do que foi observado no mês anterior. A captação dos fundos de resgate mais curto (D+1) foi maior quando comparado a fundos com prazos mais longos.

Fonte: Quantum e CVM (*) de 03/01/23 a 30/04/25
Emissões no mercado primário: acompanhando o primeiro trimestre de 2025, as emissões primárias de renda fixa apresentaram um bom começo de ano, superando em 25,9% o primeiro trimestre de 2024.

Rio Bravo Crédito Privado
O rendimento do fundo Rio Bravo Crédito Privado foi de 0,99%, o que representa 94,20% do CDI no mês de abril. Seguindo a performance das debêntures, os setores de destaque positivo foram: Saneamento, Energia Elétrica e Locações de Automóveis. Em contrapartida, os segmentos que tiveram performance relativa pior foram: Saúde, Proteína e Distribuição de Combustíveis. Os papéis de destaque são os seguintes: CSN (CSNAA1), Log Commercial (LOGBB1) e Pague Menos (PGMN17). Já os que tiveram performance ruim foram as debêntures da Oncoclínicas (ONCO29 e ONCO19).
As outras classes de ativos apresentaram boa performance, principalmente FIDC e LF, que contribuíram com 0,221% e 0,110% (equivalente a 126,7% e 100,9% do CDI se considerarmos uma posição de 100% dessas classes de ativos no fundo).


Em relação ao nosso portfólio, seguimos com uma carteira pulverizada e com baixa concentração, sendo o maior emissor com menos de 2,3% da carteira. A carteira hoje está totalizando 33 emissores em 15 diferentes setores, e uma exposição total a 19 setores, quando consideramos os papéis de FIDC e Letra Financeira que carregamos na carteira. Para os meses seguintes, vamos continuar buscando reduzir a exposição a debêntures que consideramos estar com um spread baixo e com durations longas. O objetivo é reduzir o risco de uma marcação negativa.
Rio Bravo ESG IS FIC FI-INFRA (Ticker: RBIF11)
O RBIF11, nosso fundo de crédito para infraestrutura isento para pessoas físicas (fechado e listado na bolsa), registrou performance de +2,44% no mês de abril (+2,15% em março), cerca de 0,08% abaixo do IDA IPCA Infra (carteira teórica da ANBIMA composta por debêntures incentivadas) e 0,34% acima do seu benchmark, o IMA-B. Nos últimos 12 meses, o fundo performa 8,20% contra 8,58% do IDA IPCA Infra e 4,55% do IMA-B.
Relativo aos proventos do fundo referente ao mês de abril/25, em função da retomada do acúmulo de lucros acumulados desde o mês anterior, serão distribuídos de R$ 0,92/cota (a serem pagos em 22.05.2025; R$ 0,92/cota no mês anterior) de forma a linearizar a distribuição do carrego líquido do fundo. Esse valor está alinhado ao guidance revisto da Carta Mensal da Gestão (ref. março 2025) em razão da inflação projetada pouco menos elevada (revistos 4,96% ante 5,19% ref. março/25 e 5,91% ref. fevereiro/25). Dessa forma, a distribuição total equivale a um dividend yield mensal de 1,25% na cota a mercado de fechamento do mês (anualizado de 16,07%), ou 1,03% sobre a cota patrimonial do fechamento (anualizado de 13,14%). O racional para essa movimentação de rendimentos é o IPCA projetado para os próximos doze meses (equivalentes a revistos 0,40% ante os anteriores 0,42% a.m.) mais o carrego histórico da carteira, líquido de custos do fundo (7,8% a.a.; 0,62% a.m.). Eventuais ganhos com giro de carteira são comumente distribuídos nos meses de julho (ref. junho) e janeiro (ref. dezembro), como aconteceu em janeiro/25.

Atribuição de performance RBIF11
Os componentes que mais contribuíram para uma performance do RBIF11 acima do IMA-B no mês de abril foram: (i) a exposição da carteira de crédito a vértices com fechamentos de taxa mais intensos que a carteira do IMA-B; (ii) o carrego dos prêmios de crédito (+0,15%); e (iii) da parcela pós-fixada da carteira do RBIF11 (+0,14%). A abertura tímida dos spreads de crédito contribuiu negativamente com -0,07% apenas. No gráfico abaixo, atribuição de performance bruta da carteira do RBIF11:

Performance dos ativos da carteira do RBIF11
Conforme ilustrado nos gráficos abaixo, os ativos que melhor performaram foram Origem Energia (ORIG11; produção de gás natural), Vero (VERO44; telecom) e Geração Distribuída Elleven (23L2510336; geração de energia renovável solar). Não houve registro de ativos com performance absoluta negativa no mês de abril, conforme abaixo – apenas menores que a NTN-B de referência:


Liquidez das cotas do RBIF11 (B3)
Desde a contratação de formador de mercado em dezembro de 2023, a liquidez do RBIF11 aumentou consideravelmente no mercado secundário (B3), atingindo quase R$ 5,0 milhões no mês de abril (R$ 9,4 milhões no mês anterior). Atualmente, o RBIF conta com aproximadamente 1.800 cotistas.
