
A tendência de fechamento no mercado de crédito privado seguiu no mês de março. Nesse sentido, as debêntures atreladas ao CDI, medidas pelo índice de ANBIMA IDA-DI, sofreram variaçãode 1,85% a.m. vs. variação de 0,96% a.m. do CDI em março. No acumulado do ano, o IDA-DI registra retorno de 4,80% a.a. vs. 2,98% a.a. do CDI.
O desempenho dos ativos pode ser explicado pelos seguintes fatores: (i) fechamento dos spreads de crédito; (ii) captações líquidas positivas; e (iii) volume de emissões no mercado em expansão. Esses três fatores podem ser destrinchados da seguinte forma:
Comportamento dos Spreads: ao olharmos os spreads das debêntures corporativas indexadas ao CDI segmentando pela qualidade de crédito, observamos um fechamento de menor qualidade (AA e A) e um fechamento bem marginal nos spreads de maior qualidade (A).

Manutenção de captação líquida positiva: o fluxo de recursos em mais de 40 fundo de crédito privado com resgate até D+45 foi positivo, mas com um ritmo menor do observado no mês anterior. A captação dos fundos de resgate mais curto (D+1) marcou um ritmo de captação maior quando comparado a fundos com prazos mais longos.

Emissões no mercado primário: com base nos dois primeiros meses de 2025, as emissões primárias de renda fixa apresentaram um começo robusto, superando em 121,0% o primeiro bimestre de 2024.

Rio Bravo Crédito Privado
O rendimento do fundo Rio Bravo Crédito Privado foi de 0,991%, o que representa 102,818% do CDI, no mês de março. Olhando a performance das debêntures, os setores de destaque foram de Saneamento, Energia Elétrica e Consumo não discricionário. Já os setores que tiveram uma performance relativa pior foram os de Tecnologia, Proteína e Distribuição de Combustíveis. Os papéis de destaque foram da Camil (CAMBL1), Pague Menos (PGMN17) e Log Commercial (LOGBB1). Ao mesmo tempo, os que tiveram
performance abaixo foram as debêntures da Oncoclínicas (ONCO29 e ONCO19).
Já as outras classes de ativos registraram boa performance, principalmente da classe de FIDC e LF, que contribuíram com 0,217% e 0,108% (equivalente a 135,331% e 110,297% do CDI se considerarmos uma posição de 100% dessas classes de ativos no fundo).


Com relação ao nosso, portfólio seguimos com uma carteira pulverizada e com baixa concentração, sendo o maior emissor com menos de 2,3% da carteira. Fizemos uma venda na nossa posição em Aéris. Com isso, a carteira hoje está totalizando 33 emissores em 15 diferentes setores, e uma exposição total a 19 setores, quando consideramos os papéis de FIDC e Letra Financeira que carregamos na carteira.
Para os meses seguintes, vamos continuar buscando reduzir a exposição a debêntures que consideramos estar com um spread baixo e com durations longas – o objetivo é reduzir o risco de uma marcação negativa.
Rio Bravo ESG IS FIC FI-INFRA (Ticker: RBIF11)
O RBIF11 – nosso fundo de crédito para infraestrutura isento para pessoas físicas, fechado e listado na bolsa – registrou performance de +2,15% no mês de março, cerca de 0,13% acima do IDA IPCA Infra (carteira teórica da ANBIMA composta por debêntures incentivadas) e 0,31% acima do seu benchmark, o IMA-B. Nos últimos 12 meses, o fundo performa 4,55%, contra 4,13% do IDA IPCA Infra e decepcionantes 0,75% do IMA-B.
Relativo à distribuição de proventos do Fundo referente ao mês de março/25, em função da retomada do montante de lucros acumulados graças ao bom resultado do mês, serão distribuídos de R$ 0,92/cota (a serem pagos em 23.04.2025) de forma a linearizar a distribuição do carrego líquido do fundo. Esse valor está pouco abaixo do guidance revisto da Carta Mensal da Gestão (ref. fevereiro 2025) em razão da inflação projetada menos elevada (revistos 5,19% ante 5,91% anteriormente estimados). Dessa forma, a distribuição total equivale a um dividend yield mensal de 1,20% na cota a mercado de fechamento do mês (anualizado de 15,43%), ou 1,04% sobre a cota patrimonial do fechamento (anualizado de 13,28%). O racional para distribuição de rendimentos é o IPCA projetado para os próximos 12 meses (equivalentes a revistos 0,42% ante os anteriores 0,48% a.m.) mais o carrego histórico da carteira, líquido de custos do
fundo (7,8% a.a.; 0,62% a.m.). Eventuais ganhos com giro de carteira são comumente distribuídos nos meses de julho (ref. junho) e janeiro (ref. dezembro), como aconteceu em janeiro/25.

Atribuição de performance RBIF11
Os componentes que mais contribuíram para uma performance do RBIF11 acima do IMA-B no mês de fevereiro foram: (i) o fechamento dos spreads de crédito em 3 (três) pontos base contribuiu com 0,15% no mês; (ii) o carrego dos prêmios de crédito (+0,14%); e (iii) a parcela préfixada da carteira do RBIF11 (+0,16%). Nenhum componente detratou valor no mês. No gráfico abaixo, atribuição de performance bruta da carteira do RBIF11:

Performance dos ativos da carteira do RBIF11
Conforme ilustrado nos gráficos abaixo, os ativos que melhor performaram foram linha de transmissão Parintins Amazonas (PTAZ11; transmissão de energia elétrica), Via Brasil MT 320 (VIMT13; rodovia pedagiada) e Iguá Rio (IRJS14; saneamento). Em contrapartida, todos no campo negativo registraram os piores desempenhos no mês, a saber: Norte Brasil Transmissora de Energia (NRTB11; transmissão de energia elétrica); Centrais Eólicas de Assuruá (CEAD11; geração eólica centralizada); e MetroRio (MTRJ19; mobilidade urbana). NRTB11 é um papel com prazo curto (set./26) e duration de 0,72 anos, referenciada na NTN-B 2025, portanto apresentando volatilidade excessiva, inclusive nos spreads de crédito. Essa posição foi totalmente alienada em 06.03.2025, com lucro.


Liquidez das cotas do RBIF11 (B3)
Desde a contratação de formador de mercado em dezembro de 2023, a liquidez do RBIF11 aumentou consideravelmente no mercado secundário (B3), atingindo mais de R$ 9,4 milhões no mês de março. Atualmente, o RBIF conta com aproximadamente 1.580 cotistas.
