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Podcast 867 | Fábio Cardoso: Histórias do Presente, as entrevistas do Podcast Rio Bravo

Apresentador do Podcast Rio Bravo desde 2014, Fábio Cardoso é o convidado no episódio desta semana. Paulo Bilyk e Gustavo Franco, respectivamente CEO e Senior Advisor da Rio Bravo, são os entrevistadores.

No episódio, além de destacar alguns dos bastidores da produção do Podcast, Fábio Cardoso fala a respeito de “Histórias do Presente: as entrevistas do Podcast Rio Bravo”, livro publicado pelo selo Best Business (do Grupo Editorial Record) e que contempla 15 anos da produção deste que é um dos podcasts mais longevos do Brasil.

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O melhor da semana – 16/08/25

Livro: Claro enigma, Carlos Drummond de Andrade 

Os poemas reunidos neste volume ocupam uma posição singular na obra de Drummond. Aqui o autor parece querer buscar, por meio da retomada de formas clássicas, um equilíbrio entre o passado e o presente. O amor, a morte e a memória são alguns dos temas elaborados por um homem que sempre quis fazer parte do seu próprio tempo. Leitura obrigatória do vestibular da Fuvest. 

Publicado em 1951, Claro enigma representa um momento especial na obra de Drummond. Com uma dicção mais clássica, o poeta revisita formas que haviam sido abandonadas pelo Modernismo (como o soneto, modalidade que fora motivo de chacota entre as novas gerações literárias), afirma seu amor pela poesia de Dante e Camões e busca uma forma mais difícil, mas sem jamais abandonar o lirismo e a agudeza de sua melhor poesia. O livro abre com a epígrafe do francês Paul Valéry, “Les événements m’ennuient” (Os acontecimentos me entediam). Embora eloquente, a citação não corresponde perfeitamente à realidade, pois Drummond não vira completamente as costas para a vida mais pulsante. Pelo contrário: a experiência aparece em cada verso do livro, ainda que escamoteada por uma lírica que não se entrega ao fácil graças a uma visão algo desiludida do tempo e dos homens. Mas há, claro, espaço para o lirismo do amor, como no célebre poema “Amar”, que começa com os versos: “Que pode uma criatura senão, / entre criaturas, amar?”. A lira romântica de Drummond está bem afinada neste livro, como pode ser comprovado pela leitura de poemas como “Rapto” e “Tarde de maio”. A mineiridade também é lembrada no livro, em poemas vazados pela nostalgia ou que recontam episódios antigos da terra natal do autor. Claro enigma também conta com “A máquina do mundo” – eleito o melhor poema brasileiro do século XX por um grupo de críticos e especialistas consultados pelo jornal Folha de S.Paulo. Escrito em tercetos, é simultaneamente uma meditação profunda e uma espécie de épica íntima sobre a passagem do tempo e o conhecimento da vida como acontecimento breve e muitas vezes fortuito. Um clássico. 

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Música: Sala São Paulo 

Patrimônio histórico e ponto turístico da cidade, a Sala São Paulo está sediada no Complexo Cultural Júlio Prestes. É a casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e recebe também artistas e outros grupos nacionais e internacionais. 

Com qualidade acústica ímpar, a Sala São Paulo oferece um palco ideal para a música de concerto, desde apresentações sinfônicas até recitais de música de câmara. 

Os valores das entradas aos concertos são diversos. Também possui concertos gratuitos. 

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Restaurante: New Dog Hamburguer 

Conhecido e frequentado por públicos de todas as idades, o New Dog atende a clientes de diversos perfis: fiéis amantes do famoso cheese salada com batatas fritas e milk shake, adolescentes e jovens que frequentam o local antes e depois das baladas, adultos de todas as idades, profissionais que trabalham no entorno e famílias que residem na região. 

Rua Joaquim Floriano, 254, São Paulo 

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“Histórias do presente”: os primeiros 15 anos do Podcast Rio Bravo agora em livro

Quinze anos de conversas que ajudam a entender o Brasil. Essa é a proposta de Histórias do presente: As entrevistas do Podcast Rio Bravo”, novo livro de Fábio Silvestre Cardoso, que revisita os principais momentos do país a partir das entrevistas conduzidas no Podcast Rio Bravo.​

Ao refletir sobre temas como a Operação Lava Jato, a pandemia de Covid-19 e outros marcos da história recente, Fábio propõe uma retrospectiva única do país — sempre com o olhar crítico e cuidadoso que marca as conversas do Podcast.​

Sobre o autor

Fábio Silvestre Cardoso é jornalista, escritor e doutor em América Latina pela USP. Editor de conteúdo na Rio Bravo Investimentos e apresentador do Podcast Rio Bravo desde 2014, também é autor de Capanema (Editora Record, 2019), colaborador da revista Quatro Cinco Um e professor universitário.

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Podcast 866 | Fernanda Ribeiro: Como a Conta Black quer democratizar o acesso a serviços bancários

Fernanda Ribeiro é turismóloga, mas a sua trajetória não se encerra com o destino de sua formação. Foi preciso um evento traumático para que ela pudesse buscar a ajuda, e a solução, capaz de mudar a sua vida. Depois de um burnout e de uma transição programada de carreira, Fernanda fundou a Conta Black, a comunidade financeira que através de uma conta digital se propõe a democratizar o acesso a serviços bancários para todas as pessoas.

Na entrevista que concede ao nosso Podcast, Fernanda Ribeiro fala sobre as características dessa iniciativa, destacando a presença de parceiros de funding que ofertam crédito de maneira mais assertiva, e explica como pretende levar educação financeira para o grande público e para as empresas nos próximos meses.

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O melhor da semana para você – 02 de agosto de 2025

Confira as recomendações desta semana, indicadas por Jhennifer Silva, Analista de Contas a Pagar da Rio Bravo.

Livro: Os Segredos da Mente Milionária – T. Harv Eker 

 Essa obra não é um manual técnico sobre investimentos ou economia, mas sim um livro que foca na mentalidade financeira. T. Harv Eker argumenta que muitas pessoas não enriquecem não por falta de esforço ou conhecimento, mas por conta de crenças limitantes sobre dinheiro, muitas vezes herdadas na infância ou desenvolvidas ao longo da vida. 

O livro é realmente motivador, ajuda o leitor a mudar a forma de pensar sobre o dinheiro, é simples e direto ao ponto! 

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Passeio – Dejavu Session 

Para quem gosta de música, o Dejavu Session é um instrumental que reúne músicos de destaque em um ambiente intimista, proporcionando uma experiência musical envolvente e cheia de energia. O evento é realizado em parceria com o Soho Music Group e a Casa Rockambole, criando um ambiente propício para a troca artística e a celebração da música ao vivo.  

Instagram: @dejavusession 

Restaurante: Puro Beef 

A Puro Beef Burger House é uma hamburgueria artesanal em São Paulo que se destaca pela qualidade dos ingredientes e combinações criativas. Com unidades em bairros como Parque Fernanda e Vila Progredior, oferece um cardápio variado que inclui desde hambúrgueres clássicos até opções mais ousadas. 

Instagram: @purobeef 

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Podcast 865 | Ana Laura Sivieri: Na Braskem, a educação ambiental é recurso para construção da marca

Com mais de duas décadas de experiência no mercado petroquímico, Ana Laura Sivieri é, atualmente, diretora global de marketing e comunicação da Braskem, função que ocupa há seis anos. Na entrevista que concede ao nosso Podcast, Ana Laura fala a respeito da sua atuação na companhia, destaca os desafios de conduzir ações em comunicação e marketing não apenas em um ambiente cada vez mais desconfiado, mas, sobretudo, numa época em que as marcas têm tudo a perder, seja pela polarização política, seja pelas práticas das empresas – o que, no caso da Braskem, parece agregar um componente extra de risco, com todas as implicações envolvendo consumo consciente e educação ambiental.

Para falar sobre este assunto, Ana Laura Sivieri é nossa convidada no episódio que começa logo a seguir.

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O retrato da dependência financeira de Celina em Vale Tudo

Ainda que com controvérsias, a nova versão de Vale Tudo tem um lugar na vida dos noveleiros e noveleiras do país. Com uma trama sobre ética, poder e relações familiares, é uma ótima história. Entre seus personagens principais, está Celina Junqueira, a “Tia” da família Roitman, cuja relação de dependência financeira em relação à irmã Odete, ganhou destaque nos capítulos mais recentes.

Celina é apresentada como uma mulher sensível, generosa, de bom gosto, culta e dedicada aos sobrinhos. Uma mulher de vários dons, mas, como sabemos, de pouco poder. Viúva de um homem rico, ela teve uma vida financeira tranquila, até que sua estabilidade econômica foi progressivamente se perdendo. Acostumada ao conforto de uma vida de luxo, Celina não percebeu a deterioração de sua fortuna até se ver dependente do suporte financeiro da irmã mais velha.

Em vez de assumir o protagonismo sobre sua própria vida financeira, Celina viu aos poucos sua autonomia ser sugada.

Odete Roitman representa não apenas o poder financeiro, mas também o rígido controle emocional e material sobre Celina. Na casa dos Roitman, Odete banca cerca de 60% de todas as despesas e monitora qualquer movimentação significativa dos bens da irmã. O ponto crítico dessa dependência ficou ainda mais evidente quando Celina, ao fazer uma grande movimentação sem o conhecimento da irmã, foi até ameaçada interdição judicial. 

A dependência financeira de Celina reverbera em sua autoestima e nas relações familiares. Mais do que submissão econômica, o laço que a prende à irmã carrega sentimentos de humilhação, vergonha e, por vezes, revolta contida. 

No caso de Vale Tudo, estamos falando da relação entre duas irmãs, mas este tipo de coisa pode se verificar também entre casais, filhos, filhas, avôs, enfim, em qualquer relação familiar deste tipo.

A trajetória de Celina é marcada pela dificuldade em romper padrões de dependência. Mas, apesar da reação tardia, ela começa a dar sinais de ruptura, incentivada por novas amizades e impulsionada pelo desejo de liberdade. 

O papel de Celina ilustra o quanto, para muitas mulheres, a dependência financeira é também um instrumento de controle social, emocional e familiar – e como o rompimento com esse ciclo exige coragem e apoio de redes alternativas a da família de origem.

Independente da classe social, toda mulher tem direito à busca pela sua liberdade. O dinheiro é a ferramenta que se traduz no poder de reescrever narrativas. 

Para dar início a um novo ciclo e romper com estes padrões danosos, é preciso, no mínimo, 3 medidas de ordem prática: 1_Entender que só você pode tomar as rédeas da sua vida. E tomar as rédeas da sua vida significa ter poder financeiro para tomar suas próprias decisões. 2_Instrução, educação, conhecimento. Não é tão difícil assim começar, quando você tem um mínimo de saber. 3_Decidir. Talvez esta seja a parte mais difícil. Aquele momento em que você decide por o pezinho para fora da sua zona de acomodação, aceitando que um certo  sentimento de incerteza é o preço para algo muito mais recompensador lá na frente: liberdade. 

O mundo das finanças e dos investimentos parece muito complicado, e ele será mesmo, se você acha que precisa saber tudo. Você não precisa saber tudo; precisa saber o suficiente para começar. Porque, com o passar do tempo, ver os resultados lhe trará autoconfiança. E além de acumular riqueza, você vai também acumular conhecimento. Um processo que se retroalimenta e te fortalece. Comece. Comece pequeno, com coisas fáceis de entender e você vai ver que já não estará no mesmo lugar. 

Texto por Gal Barradas, Diretora de Growth e Marketing da Rio Bravo Investimentos.

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A vez da diplomacia corporativa 

A confirmação da nova política tarifária do governo do presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil, prevista para o próximo dia 1º de agosto, lançou questionamentos sobre os limites da capacidade de negociação do governo brasileiro, por meio de sua diplomacia tradicional e também de outros atores, como parlamentares e políticos da oposição. Dificilmente os diplomatas brasileiros, chefiados pelo chanceler Mauro Vieira, que está nos Estados Unidos nesta semana, conseguirão evitar a aplicação das tarifas de 50% até a próxima sexta-feira, tampouco postergá-las, a exemplo do que ocorreu com outros países, como Canadá e China, em abril deste ano. 

Por mais que os esforços da diplomacia pública brasileira se concentrem na redução de danos que deverão afetar sobretudo setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e as indústrias do ferro e da aviação, e apesar do déficit comercial que temos com os Estados Unidos, a política tarifária da administração Trump tem objetivos políticos como pano de fundo. Ou seja, a costura deverá ser não apenas comercial, mas também política, algo improvável neste momento, haja vista o distanciamento político-ideológico entre o presidente norte-americano e seu homólogo brasileiro. 

Por outro lado, em que pese serem praticamente remotas as esperanças de um acordo tarifário entre os dois países, afetando as expectativas do mercado, que já precifica a denominada “Tarifa Trump”, ao menos no Brasil, o custo político e o impacto na produção agroindustrial pavimentam o caminho para uma alternativa: a via da diplomacia corporativa, ou seja, a negociação intermediada justamente pelos atores mais diretamente envolvidos – os setores produtivos e suas entidades representativas. 

Sendo um campo mais recente das Relações Internacionais, com forte tradição inspirada na Administração e na Economia, a diplomacia corporativa, já profissionalizada no Brasil, poderá ser um ponto de inflexão nesta conjuntura, que até então apresentava um horizonte pessimista capaz de comprometer ainda mais as exportações brasileiras, com impactos domésticos diretos, sobretudo sobre emprego e renda. Os movimentos recentes de associações empresariais e setoriais e de entidades representativas do agronegócio e da indústria brasileiras, ao enviar emissários – verdadeiros diplomatas corporativos – para encontrar suas contrapartes norte-americanas nos últimos dias, com o objetivo de pressionar por um entendimento entre os dois países e abrir um diálogo político e comercial, poderão surtir efeito junto às entidades representativas dos EUA e, por consequência, no Capitólio e entre os próprios consumidores norte-americanos. 

Faltando pouco mais de um ano para as eleições de midterms nos EUA, que poderão garantir o controle absoluto dos republicanos nas duas casas legislativas – ou a perda de uma delas, paralisando o governo Trump –, qualquer tipo de lobby ou pressão pode ser mais eficaz do que optar exclusivamente pela via da diplomacia tradicional, especialmente em um contexto de animosidade entre os chefes do Executivo dos dois países. 

Além de prospectar novos mercados e alternativas – cujos efeitos serão sentidos apenas no longo prazo, com os acordos de livre-comércio com a União Europeia e a EFTA, e a aproximação com a China e outros mercados asiáticos –, a diplomacia brasileira pode e deve contar com o apoio da diplomacia corporativa, acima de paixões ideológicas, para encontrar uma solução negociada às tarifas impostas pela administração Trump e pacificar as relações entre os dois países, construídas há dois séculos – e não há dois meses – com base no respeito mútuo, no diálogo e nas parcerias estratégicas dos diferentes setores, especialmente o produtivo. 

Texto por Roberto Rodolfo Georg Uebel, economista e Professor de Relações Internacionais da ESPM. Roberto falou ao Podcast Rio Bravo no primeiro semestre deste ano acerca da escalada tarifária da gestão Donald Trump. A íntegra do episódio está disponível a partir do link a seguir. 

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